Governador Tarcísio nega vínculo entre intoxicação por metanol e crime organizado enquanto PF investiga possíveis ligações com o PCC

Crise de Intoxicação por Metanol em São Paulo: Tarcísio Desestima Ligação com Crime Organizado

Na última terça-feira, 30 de setembro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, fez declarações contundentes sobre a recente crise de intoxicação por metanol envolvendo bebidas alcoólicas no estado. Durante uma coletiva de imprensa, ele afirmou que não existem “evidências de que haja crime organizado” por trás da adulteração das bebidas, sublinhando que a problemática é atribuída a indivíduos atuando em destilarias clandestinas e motivados por interesses financeiros.

Tarcísio enfatizou que os inquéritos abertos pela polícia estão direcionando investigações a pessoas sem conexões com grandes organizações criminosas, caracterizando o fenômeno como um problema de “ganância”, exacerbado por “falhas regulatórias”. Apesar de suas afirmações, a Polícia Federal (PF) está aprofundando as investigações, que se tornaram de interesse federal devido à suspeita de que a adulteração de bebidas tenha se expandido para além das fronteiras de São Paulo, atingindo outros estados. A participação da PF foi motivada por indícios de que a contaminação se relaciona a operações ilícitas que envolvem a importação ilegal de metanol.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, ressaltou a importância de rastrear a origem do metanol e desvendar a cadeia de distribuição das bebidas contaminadas, além de examinar eventuais vínculos com organizações criminosas como o PCC (Primeiro Comando da Capital). O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, corroborou essa linha de investigação, indicando que a análise pode incluir operações irregulares vinculadas ao setor de combustíveis.

A situação se torna ainda mais alarmante considerando os relatos de casos de intoxicação, com uma jovem de 23 anos relatando perda temporária de visão após consumir uma bebida adulterada. No total, há 22 casos confirmados ou suspeitos relacionados a essa crise, resultando em cinco mortes até o momento. Para enfrentar a situação, o governo estadual anunciou a criação de um gabinete de crise e intensificou fiscalização, incluindo operações sanitárias e cooperação entre secretarias estaduais e forças policiais.

Em um panorama preocupante, a Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) revelou que cerca de 36% das bebidas alcoólicas comercializadas no Brasil estão adulteradas ou contrabandeadas. Este dado evidencia a gravidade do problema da falsificação de bebidas no país e a urgente necessidade de medidas efetivas para proteger a saúde pública.

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