Na peça publicitária, o narrador acompanha o jovem enquanto ele escuta música em seu celular, momento em que é abordado pelos assaltantes. O clímax do vídeo ocorre quando a polícia prende os criminosos e a vítima expressa sua gratidão aos policiais intervenientes. O governador, ao compartilhar a propaganda, comentou a situação de maneira casual, sugerindo que a tecnologia facilitaria a resolução do problema, o que acabou por acentuar a controvérsia.
A representação de indivíduos negros em uma situação criminal foi rapidamente criticada por vários grupos sociais e políticos. O Afro Progressistas, uma ala do Partido Progressista dedicada a questões de raça, fez uma declaração denunciando a propaganda. Em sua nota, afirmaram que no vídeo, as pessoas negras são injustamente associadas à criminalidade e que a abordagem da campanha é irresponsável. Eles criticaram a mensagem que, segundo eles, legitima e reforça o racismo estrutural presente na sociedade.
A repercussão negativa da propaganda levou a uma série de debates sobre a responsabilidade social da comunicação pública. Além disso, questionamentos surgiram sobre a sensibilidade do governo em temas relacionados à representação racial e à promoção de estereótipos prejudiciais.
A coluna entrou em contato com a assessoria de imprensa do governo do Piauí a fim de obter um posicionamento oficial sobre a controvérsia, mas até o momento não recebeu resposta. O espaço permanece aberto para futuras manifestações sobre este importante tema, que levanta questões sobre a representação e a luta contra o racismo em campanhas de comunicação pública.