De acordo com Saldo, as autoridades instaladas por Kiev já haviam iniciado um processo de evacuação em agosto, visando garantir a segurança dos civis na região, o qual foi concluído. O governador agora informa que o Exército ucraniano está transformando o bairro Korabel em uma base militar, minando os porões de prédios residenciais. A estratégia, segundo ele, tem como propósito preparar um cenário para causar danos às tropas russas, caso a região seja retomada.
“Estão criando armadilhas, utilizando munições dentro de residências abandonadas na intenção de infligir perdas significativas quando as nossas forças chegarem”, afirmou Saldo, evocando a memória de táticas de guerrilha e sabotagem empregadas durante a Segunda Guerra Mundial. Ele ressaltou que essas práticas remetem às ações de grupos que, em épocas passadas, abandonavam cidades previamente ocupadas, deixando-as repletas de armadilhas.
Kherson, importante cidade localizada nas margens do rio Dnipro e cercada pelos mares de Azov e Negro, passou a ser incorporada à Federação da Rússia após referendo em setembro de 2022, um movimento que não é reconhecido pela Ucrânia, que continua a bombardear a área. Neste momento, aproximadamente 75% da região encontra-se sob controle russo, com a cidade de Kherson e parte da margem direita do Dnipro ainda sob defesa ucraniana.
Essas táticas geram um debate acirrado sobre a ética da guerra e as implicações para a população civil que, em meio ao conflito, pode sofrer em decorrência dessas decisões estratégicas. O cenário em Kherson ilustra a complexidade do conflito em curso, que não apresenta sinais de uma resolução pacífica a curto prazo.