Governador de Alagoas, Paulo Dantas, inicia visita oficial à China em busca de novas parcerias e investimentos tecnológicos.

 

O governador Paulo Dantas, do MDB, embarcou nesta segunda-feira (04) em uma viagem oficial de oito dias à China. Assim como outros governadores das regiões Nordeste e de diferentes partes do país, Dantas busca estabelecer uma “nova rota da seda” com o país asiático. Nos últimos meses, governadores de estados como Bahia, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte já realizaram missões comerciais sino-brasileiras, e o Piauí irá em outubro.

Ao embarcar, Paulo Dantas afirmou que Alagoas precisa estar presente nas negociações com grandes empresas internacionais. Ele destacou que a China é atualmente a maior parceira comercial do Brasil e que, com a recente visita do ex-presidente Lula ao país, as relações estão em alta. Dantas acredita que Alagoas possui grandes oportunidades para atrair novas indústrias chinesas, como a empresa de fibra ótica ZTT, que já está instalada em Marechal Deodoro e gera emprego e renda para os alagoanos.

O principal foco de Alagoas é atrair investimentos em tecnologia e energias renováveis. Durante a visita, o governador realizará uma palestra para empresários na Feira Internacional de Indústria e Comércio de Xiamen, um dos maiores eventos comerciais da China. A feira aborda novidades relacionadas aos setores de água, tratamento de resíduos, limpeza, investimentos, mercado financeiro e saúde.

O convite para a participação na feira foi feito pela Embaixada da China no Brasil em julho. Além de Alagoas, outros estados como Rondônia, Tocantins, Amazonas, Paraná e Mato Grosso do Sul também participarão do evento.

Durante a viagem, o governador terá compromissos nos BRICS, no Consulado do Brasil em Xangai e visitará as fábricas da ZTT, empresa de fibra ótica, em Nantong, e da Huawei, a maior empresa de tecnologia da China, em Shenzhen. Ambas as empresas já possuem projetos em Alagoas e planejam expandir seus negócios no estado. Além disso, estão previstas rodadas de negócios com empresários e universidades.

Essa aproximação entre o Nordeste brasileiro e a China já tem apresentado resultados positivos em outros estados da região. Na Paraíba, por exemplo, o governo firmou parceria com a empresa CETC54 para a instalação de um radiotelescópio. No Maranhão, o governador viajou a Pequim para retomar negociações sobre a instalação de uma siderúrgica e uma refinaria.

A China é atualmente o principal parceiro comercial da Bahia, com destaque para a exportação de algodão, polietileno e soja. O governador do estado visitou a Huawei em março e conseguiu a instalação de uma fábrica de automóveis BYD. Já o governador do Ceará assinou três acordos com empresas chinesas para investimentos em energia eólica, solar e hidrogênio. A produção de energia renovável também está no radar do Rio Grande do Norte, que firmou parcerias com empresas chinesas para a instalação de um parque solar.

Por cerca de 15 séculos, a Rota da Seda foi a principal via comercial entre o Ocidente e o Oriente. Agora, os governadores do Nordeste estão recriando esse caminho e aproveitando o interesse das indústrias chinesas em estabelecer parcerias com o Brasil. O foco agora são as inovações tecnológicas produzidas pelas empresas chinesas, e não mais as iguarias tradicionais da antiga rota comercial.

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