De acordo com dados do Fórum Nacional de Segurança, o Brasil registrou quase dois milhões de casos de estelionato em 2024, um aumento de 360% desde 2018. Isso significa que a cada 16 segundos, um golpe digital é registrado no país. Enquanto os crimes de rua apresentam queda, os golpes digitais seguem em ritmo de crescimento, evidenciando a mudança na dinâmica do crime organizado.
Facções criminosas, que antes dominavam o tráfico de drogas e os assaltos a bancos, também migraram para o ambiente digital. Segundo o delegado João Guilherme Medeiros de Carvalho, da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), essas organizações têm migrado para os crimes cibernéticos devido à rapidez na execução, ao alto número de vítimas e prejuízos, à dificuldade de investigação e ao menor risco de confronto direto com a polícia.
Um caso emblemático que exemplifica essa realidade é a Operação Vigília, realizada pela Polícia Civil do Distrito Federal em abril de 2024. A operação desarticulou um grupo hacker que comercializava informações privadas de milhões de brasileiros. O principal suspeito, um hacker de 24 anos, confessou ter invadido sistemas privados e governamentais, incluindo os de tribunais brasileiros e até a NASA.
A estratégia dos criminosos envolvia o uso de malwares para obter credenciais que eram posteriormente vendidas em plataformas digitais como o Telegram. Mesmo com as prisões realizadas, as investigações indicam que o comércio clandestino de informações continua ativo, alertando para a importância da proteção dos dados pessoais e da atenção redobrada ao navegar na internet.