Uma das vítimas, que preferiu não ser identificada, explicou que havia R$ 650 em sua conta quando acessou o aplicativo, mas ao tentar transferir esse valor para outra conta de sua titularidade, constatou que R$ 597 tinham sido enviados para um indivíduo chamado Douglas, restando apenas R$ 53. “Eu nunca vi nem conheço ninguém com esse nome. Fiquei apavorada e vim fazer um Boletim de Ocorrência. Quando cheguei, havia outras cinco pessoas com o mesmo problema. Agora vou na Caixa Econômica levar o boletim para ver o que pode ser feito”, relatou.
Segundo o delegado Sidney Tenório, coordenador do Núcleo de Investigação Especial da Polícia Civil (Niesp), os indícios apontam para uma possível invasão ao aplicativo da Caixa, caracterizando um crime federal. “É um dever da própria Caixa proteger seu aplicativo. Na maioria dos golpes, a pessoa faz a transferência sendo enganada, mas agora, parece ter havido uma invasão no aplicativo, o que remete o caso à Polícia Federal, porque a vítima não seria só a pessoa, mas também a Caixa Econômica”, afirmou Tenório.
A orientação das autoridades para os que foram lesados é procurar a Caixa Econômica e reportar o problema. Se a instituição bancária entender que o caso deve ser investigado pela Polícia Civil, os denunciantes devem então levar a questão à Polícia Federal. Um dos passos recomendados é que as vítimas registrem a ocorrência em um distrito policial, para que o delegado-geral possa nomear uma comissão específica para investigar a situação, dada a quantidade significativa de vítimas.
O crescente número de denúncias ressalta a necessidade de maior proteção de aplicativos bancários, especialmente para programas sociais como o Bolsa Família, onde beneficiários podem ser particularmente vulneráveis a fraudes cibernéticas. O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) já está ciente do problema e deve trabalhar em conjunto com as autoridades competentes para mitigar estes ataques e proteger os fundos dos beneficiários.