Gleisi Hoffmann Mobiliza Parlamentares para Barrar Projeto que Equipara Facções Criminosas a Grupos Terroristas na Câmara

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, mobilizou sua equipe para impedir a votação de uma proposta de lei que equipara facções criminosas a grupos terroristas. A articulação ocorreu na última quarta-feira, quando Gleisi realizou chamadas telefônicas a diversos líderes partidários, incluindo o deputado Hugo Motta, do Republicanos da Paraíba. O intuito era evitar que a proposta fosse analisada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.

Em um contexto onde a dinâmica política se intensifica, o papel da ministra se destaca como uma tentativa clara de contornar o avanço dessa polêmica legislação. A pressão teve resultados, levando o presidente da Câmara a interceder na questão. Motta, em diálogo com Paulo Azi, presidente da CCJ, solicitou que a análise do projeto fosse suspensa. Azi, por sua vez, atendeu ao pedido e declarou que aguardaria instruções do presidente da Câmara sobre como deveria proceder.

O cenário na Câmara se complica, uma vez que a instituição deve operar de forma remota em suas próximas sessões. Azi mencionou que a votação não deveria ocorrer sem uma ampla discussão prévia. Ele ainda ressaltou que a indecisão sobre os trâmites do projeto deixa em aberto como proceder, principalmente em relação à possibilidade de unir essa proposta com outra iniciativa governamental que trata do mesmo tema.

Gleisi Hoffmann, em sua visita ao Congresso, enfatizou a posição do governo de rejeição à proposta que compara facções criminosas a organizações terroristas, afirmando que essa é uma questão de prioridade para a administração atual. A definição do rito de votação e a forma como o projeto será encaminhado agora dependem diretamente do presidente da Câmara, que se comprometeu a avaliar as nuances que cercam a discussão.

A movimentação da ministra demonstra não apenas a importância da articulação política em momentos decisivos, mas também as tensões que permeiam a relação entre o Legislativo e o Executivo em tempos de crise relacionada à segurança pública. Essa situação, que gera divisões e debates acalorados, reflete a complexidade do enfrentamento do crime organizado no país e as alternativas que o governo está disposto a considerar.

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