Gleisi dispara contra Arthur Lira, acusando-o de desafiar o governo na questão da regulamentação e tributação de fundos offshore.

A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada Gleisi Hoffmann, não poupou críticas ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, alegando que o político está travando uma “queda de braço com o governo” ao se recusar a confirmar as mudanças feitas pelo Senado no arcabouço fiscal e ao não apoiar uma medida provisória que trata da taxação de fundos offshore. Segundo Hoffmann, Lira precisa pensar no Brasil em primeiro lugar.

Em uma mensagem publicada nas redes sociais, a líder petista afirmou que a taxação dos fundos de brasileiros nos paraísos fiscais e as alterações feitas pelo Senado no arcabouço fiscal são de interesse do país. Ela ressaltou que transformar essas votações em uma disputa com o governo é um equívoco, pois todos sairão perdendo, com exceção dos super-ricos que não pagam imposto e dos que não suportam ver o país crescer e gerar empregos.

A taxação dos fundos no exterior foi incluída na Medida Provisória que aumenta o salário mínimo. O deputado Merlong Solano, relator da MP, decidiu incorporar à iniciativa a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda. Como forma de compensar o impacto fiscal, ele também incluiu a taxação dos fundos. Essa medida é considerada prioritária pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e motivou uma briga entre ele e Lira.

A proposta já passou por uma comissão mista com deputados e senadores, mas ainda precisa ser votada pelos plenários da Câmara e do Senado. Sua validade vai até a próxima segunda-feira. No entanto, Lira afirmou durante um jantar promovido pelo site Poder360 que a forma como a isenção do Imposto de Renda será compensada é responsabilidade do governo e não da Câmara.

Em relação ao arcabouço fiscal, que estabelece regras para o crescimento das despesas, o governo tem interesse em manter uma alteração feita pelo Senado: o critério de cálculo da inflação. O Senado passou a considerar o período até dezembro, em vez dos 12 meses anteriores a junho. Essa mudança representa um aumento na arrecadação do governo, podendo chegar a R$40 bilhões. No entanto, a Câmara tem resistido em validar a alteração feita pelos senadores.

Diante dessa disputa entre Câmara e governo, a taxação dos fundos e as mudanças no arcabouço fiscal ficam em uma situação delicada. Enquanto a presidente do PT critica Lira e o chama a pensar no país, o secretário da Receita, Robinson Barreirinha, também se manifestou nas redes sociais apoiando a aprovação da taxação dos fundos, mas apagou o vídeo posteriormente.

O impasse entre os poderes Legislativo e Executivo só tende a atrasar a aprovação de medidas importantes para a economia brasileira. Enquanto isso, a população continua a sofrer com um cenário de incertezas e uma crise econômica que se agrava a cada dia. Resta esperar que os políticos ponham as divergências de lado e pensem no bem do Brasil.

Sair da versão mobile