A AGCM destacou que a Armani fez “declarações éticas e de responsabilidade social que não eram verdadeiras, apresentadas de forma pouco clara e precisa”. Esses anúncios estavam contidos no Código de Ética e no site da marca, e visavam atender às demandas crescentes dos consumidores por práticas de sustentabilidade e responsabilidade social. Entretanto, o órgão regulador apontou que essas afirmações seriam contraditórias às reais condições de trabalho verificadas em suas cadeias de fornecimento.
As investigações revelaram que algumas empresas subcontratadas pela Armani, responsáveis pela produção de diversos acessórios de couro, teriam tomado medidas drásticas, como a remoção de dispositivos de segurança de maquinário. Tal prática aumentou a capacidade produtiva, mas comprometeu gravemente a saúde e segurança dos trabalhadores. Além disso, surgiram denúncias de que muitos funcionários estavam recebendo parte de seus salários de forma informal e eram submetidos a condições sanitárias inadequadas.
Diante do cenário alarmante, a AGCM declarou que “o respeito aos direitos e à saúde dos trabalhadores não condiz com o teor das alegações éticas da Giorgio Armani”, enfatizando que a marca estava ciente da situação da qual estava envolvida.
Em reação à multa, a grife expressou sua “tristeza e surpresa”, assegurando que pretende recorrer da decisão ao sistema de Justiça Administrativa. Em nota, a Armani reafirmou seu compromisso com a “máxima correção e transparência” no relacionamento com consumidores, mercado e partes interessadas. Essa situação levanta questões importantes sobre a responsabilidade social de marcas de luxo e a necessidade crescente de condições de trabalho justas e seguras em suas cadeias produtivas.