A presença de Machado ao lado de Bolsonaro suscitou a atenção da mídia, dada a proximidade entre os dois logo antes da prisão. Após as atividades em Natal, onde eles se reuniram, Machado decidiu retornar de carro para Recife, onde acabaria sendo alvo de uma operação da PF. A situação se torna ainda mais intrigante, considerando que agentes da Polícia Federal estavam monitorando os passos de Machado nos dias que antecederam sua detenção. Fontes próximas à investigação indicam que, caso ele tivesse permanecido em Natal, poderia ter sido preso na própria capital potiguar.
A investigação que culminou na prisão de Gilson Machado está relacionada ao fornecimento de um passaporte português ao tenente-coronel Mauro Cid, figura central no que ficou conhecido como “inquérito do golpe”. Cid é um dos réus e, segundo as apurações, utilizaria o documento como forma de deixar o Brasil e evitar o julgamento. Os indícios apontam que Machado teria colaborado com o Consulado de Portugal em Recife, ação que gerou a abertura de um inquérito pela Procuradoria-Geral da República.
A prisão de Gilson Machado vem a público em um contexto de crescente vigilância das autoridades sobre figuras que desempenharam papéis significativos no governo anterior. O ex-ministro é um dos muitos que se encontram sob escrutínio enquanto as investigações sobre ações irregulares e tentativas de obstruir a Justiça se intensificam. A Polícia Federal segue conduzindo as investigações para esclarecer os detalhes da relação entre os investigados e o impacto que essas ações podem ter na política e justiça brasileira. A sequência de eventos, que leva à prisão de uma personalidade pública e uma figura próxima ao ex-presidente, certamente promete desdobramentos significativos no cenário político nacional.
