Um dos primeiros a reagir foi o líder da oposição na Câmara, Carlos Jordy (PL-SP), que afirmou que Gilmar Mendes estava se confessando culpado. Outro parlamentar do PL, o Coronel Meira (PE), destacou que a declaração não traz nenhuma novidade e ressaltou que, embora alguns políticos tenham se mantido, outros foram removidos de seus cargos, como Deltan Dallagnol e Daniel Silveira.
Essas falas de Gilmar Mendes surgem em meio a uma crescente tensão entre o STF e o Congresso Nacional. Nos últimos meses, deputados e senadores têm avançado com projetos que visam limitar a participação dos ministros em julgamentos, como a implementação de mandatos e restrição de liminares.
Essa insatisfação por parte do Parlamento surge após a Corte ter iniciado julgamentos que afetam diretamente o Legislativo, como o marco temporal e a descriminalização do porte de drogas para uso pessoal. Em uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Gilmar Mendes afirmou que o timing desses debates é impróprio e que é estranho começar a reforma constitucional pelo tribunal.
O magistrado também fez referência às medidas adotadas pelo governo anterior, presidido por Jair Bolsonaro (PL), nos meses que antecederam a eleição do ano passado. Segundo Mendes, a aprovação de todas essas medidas pelo Congresso mostrava uma certa complacência, enquanto o STF estava constantemente na defensiva.
As declarações de Gilmar Mendes reacendem o debate sobre o poder do STF e sua influência no cenário político brasileiro. Enquanto alguns defendem a necessidade de uma atuação mais restrita por parte dos ministros, outros acreditam que é importante garantir a independência e a imparcialidade do tribunal para o bom funcionamento do sistema judiciário. O embate entre o STF e o Congresso promete continuar gerando discussões e possíveis mudanças no futuro próximo.