General Eduardo Villas Bôas é implicado em investigação da PF sobre esquema clandestino de espionagem na Agência Brasileira de Inteligência durante governo Bolsonaro.



Um antigo amigo e colega de turma do general Eduardo Villas Bôas na Academia Militar das Agulhas Negras foi implicado em uma investigação da Polícia Federal sobre um suposto esquema clandestino de espionagem na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. O general Luiz Roberto Peret foi apontado como intermediário da venda de sistemas de inteligência ao Exército enquanto Villas Bôas estava no comando da instituição. Uma das tecnologias em questão é o First Mile, que teria sido usado pela Abin para monitorar ilegalmente autoridades e jornalistas.

A informação foi divulgada pela Folha de S.Paulo e confirmada pelo jornal O Estado de S. Paulo. De acordo com as publicações, a reportagem tentou entrar em contato com Peret para comentar as acusações. Em depoimento à Polícia Federal, Caio Cesar dos Santos Cruz, filho do general Santos Cruz, afirmou que Peret foi contratado pela empresa de tecnologia Verint Systems para auxiliar nas negociações técnicas e comerciais de alto nível e que atuava nas tratativas com altos escalões. Segundo Caio, a empresa fechou um contrato de US$ 10,8 milhões com o Exército em outubro de 2018, sem licitação, durante a intervenção federal na Segurança Pública do Rio de Janeiro.

Além disso, o filho de Santos Cruz foi alvo de buscas na Operação Última Milha, realizada pela Polícia Federal em outubro para aprofundar a investigação sobre a Abin. O modus operandi descrito por Caio no depoimento é semelhante ao que vem sendo investigado pela PF na Operação Perfídia, que apura a compra de coletes balísticos e carros blindados pelo gabinete da intervenção na Segurança do Rio.

Luiz Roberto Peret, general reformado do Exército, mudou-se para a área de consultoria em 2007 e atualmente possui uma empresa de consultoria, a Peret Consultoria, em sociedade com o coronel da reserva Helcio Bruno de Almeida, que foi indiciado na CPI da Covid. Até o momento, a reportagem do Blog do Fausto Macedo tenta contato com os generais para obter seus comentários sobre as acusações levantadas. O espaço está aberto para manifestação.

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