Braga Netto, que ocupou cargos de destaque no governo, como ministro da Casa Civil e da Defesa, é o primeiro general de quatro estrelas a ser preso desde a redemocratização do país. Além disso, o coronel Flávio Botelho Peregrino também foi alvo de um mandado de busca e apreensão em sua residência.
Após a audiência de custódia, realizada por videoconferência e presidida pelo juiz Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, a prisão do general foi mantida. O Exército afirmou que está acompanhando as diligências determinadas pela Justiça e colaborando com as investigações em curso, mantendo uma postura de respeito às instituições republicanas.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, ordenou a prisão de Braga Netto com base em “fortes indícios” de seu envolvimento no planejamento e financiamento da tentativa de golpe para manter Jair Bolsonaro no poder. A decisão contou com o apoio do procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Apesar das acusações e indícios apresentados, parlamentares bolsonaristas reagiram nas redes socais em protesto à prisão do general, ignorando as suspeitas de coação de testemunhas apontadas em relatório da Polícia Federal. Deputados e senadores do PL alegam que o país está passando por uma “corrosão democrática” e criticam a atual cúpula militar, nomeada pelo presidente da República.
Braga Netto permanecerá detido no Comando da 1.ª Divisão do Exército, na Vila Militar de Deodoro, no Rio de Janeiro. A prisão preventiva não possui prazo definido para terminar, aguardando novos desdobramentos e a conclusão das investigações sobre o caso.