De acordo com esses generais, a decisão de Heleno em permanecer no governo após a aliança com o Centrão foi um equívoco estratégico. Essa aliança, considerada por muitos como uma rendição aos interesses políticos tradicionais, teria exposto o general a um cenário onde suas decisões e ações foram questionadas. A crítica central é que, caso Heleno tivesse optado por deixar o cargo neste momento, ele poderia ter evitado as repercussões negativas que culminaram em sua condenação no chamado inquérito do golpe.
A condenação de Heleno, anunciada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), resultou em uma sentença de 21 anos de prisão, chocando o meio militar e provocando uma onda de reações dentro do Exército Brasileiro. Com 77 anos, Heleno enfrenta agora a possibilidade de cumprir a pena em regime fechado, mas sua defesa planeja solicitar a conversão da pena para prisão domiciliar, levando em conta sua idade e condição de saúde.
A situação de Heleno levanta questões mais amplas sobre a dinâmica interna das Forças Armadas e sobre como os generais, em especial os que se alinharam ao ex-presidente, lidam com as consequências de suas decisões. Há uma percepção de que a permanência em um governo em que os interesses políticos passaram a sobrepujar os princípios éticos e estratégicos pode ter um impacto duradouro na imagem de líderes militares.
À medida que o caso avança nas instâncias judiciais, fica evidente que a reflexão sobre a conduta de Heleno pode provocar um efeito dominó entre seus colegas. O episódio ressalta a fragilidade das alianças no mundo político, especialmente quando estas envolvem figuras militares, e a importância de escolhas estratégicas que, em última análise, podem determinar o futuro de uma carreira.