Os líderes do G7 explicaram que os empréstimos à Ucrânia serão concedidos através de acordos bilaterais dos países membros, cada um dos quais deverá ser formalizado até o final de junho de 2025. A estrutura do pagamento foi pensada para se ajustar às necessidades emergenciais de financiamento da Ucrânia, refletindo a urgência da situação no país.
Desde o início do conflito, em um esforço para restringir o acesso financeiro do Kremlin, a União Europeia e o G7 congelaram aproximadamente 300 bilhões de euros em ativos russos, o que representa mais de R$ 1,8 trilhão. Desse montante, cerca de 200 bilhões de euros estão parados em contas da Euroclear, um dos maiores sistemas de compensação de títulos financeiros da Europa, com sede na Bélgica.
Entretanto, a aprovação deste esquema de empréstimo não veio sem controvérsias. Relatos recentes indicam tensões entre alguns países da UE e os Estados Unidos sobre as garantias para assegurar que os ativos russos congelados sejam mantidos indefinidamente como garantia para os empréstimos a Kiev. A falta de consenso entre os países europeus, que detêm a maior parte dos fundos russos congelados, acirrou o debate em torno da utilização desses recursos.
Por sua vez, o governo russo denominou esta decisão como um ato de “roubo”, alertando que a Rússia responderia confiscando ativos europeus congelados em seu território. O cenário se complica ainda mais com a proposta da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que em setembro anunciou a aprovação de um empréstimo adicional de 35 bilhões de euros, também vinculado aos ativos congelados da Rússia. Além disso, ela sugeriu que o período de congelamento desses ativos fosse estendido de seis meses para 36 meses, visando garantir melhor segurança no reembolso dos empréstimos.
Assim, a situação financeira da Ucrânia, crítica em meio ao conflito, se torna um campo de batalha geopolítico, onde decisões financeiras são profundamente entrelaçadas com as estratégias políticas e militares globais. O desfecho deste processo terá repercussões tanto para a reconstrução da Ucrânia quanto para as relações internacionais em um mundo cada vez mais polarizado.