Sob a organização do Brasil, a cúpula visa abordar importantes questões sociais e ambientais, incluindo o combate à fome, desigualdade e pobreza, através da criação da Aliança Global contra a Fome, bem como a necessidade urgente de enfrentar as mudanças climáticas por meio de políticas de sustentabilidade e uma transição energética justa. Uma nova governança global, que permita maior representatividade para países emergentes em instituições como a ONU, também será um tema central das discussões.
Entretanto, o cenário atual é bastante complexo e polarizado, especialmente em relação aos conflitos no Oriente Médio, Europa e África, que devem predominar na agenda do G20. Especialistas apontam que, apesar de ser o país anfitrião, a posição do Brasil é vulnerável e isolada. A maioria dos líderes ocidentais presentes na cúpula está prestes a deixar seus cargos, o que levanta questões sobre a eficácia da cúpula em promover uma agenda harmônica.
Adicionalmente, a recente vitória de Donald Trump nas eleições norte-americanas traz uma nova dinâmica ao grupo, já que o ex-presidente é conhecido por criticar as instâncias de governança global, preferindo relações bilaterais. A presença de Biden, embora marcante, é considerada figurativa por alguns analistas, que destacam que as discussões do G20 podem se afastar das necessidades dos países em desenvolvimento.
A pauta mais consensual deve ser a da fome, embora as divergências nas demais questões, como a ampliação do Conselho de Segurança da ONU, possam dificultar um consenso eficaz. A África do Sul assumirá a presidência do G20 em 2025 e, segundo especialistas, deve continuar a promover algumas das pautas iniciadas pelo Brasil.
Em um momento em que o G20 se prova cada vez mais excludente, com uma representação predominante de países desenvolvidos ocidentais, a participação simbólica da União Africana destaca a necessidade de uma maior inclusão das vozes globais. A expectativa é que a reunião no Rio de Janeiro revele as tensões entre os blocos de países, como o G7 e o BRICS, exacerbando as divisões nas abordagens sobre desafios globais. No geral, a cúpula do G20 precisará lidar com uma variedade de questões críticas em um ambiente internacional fragmentado e polarizado.