Lavrov enfatizou que o G20 deve servir como uma plataforma que promova um ambiente de respeito mútuo, desafiando as abordagens unilaterais frequentemente adotadas pelos países ocidentais. Segundo ele, esse entendimento é crucial para estabelecer um diálogo mais equilibrado e produtivo entre as nações, permitindo que outras vozes, principalmente do Sul Global, sejam ouvidas e reconhecidas.
O chanceler russo também mencionou que, a pedido do presidente Lula da Silva do Brasil, as discussões sobre alternativas às plataformas de pagamento dominadas pelos Estados Unidos estão em curso dentro do BRICS. Lavrov afirmou que essas iniciativas são essenciais para aumentar a resiliência econômica dos países do BRICS frente a choques externos. Entre as propostas discutidas estão a criação de uma nova iniciativa de pagamentos transfronteiriços e uma plataforma de liquidação chamada BRICS Clear, que visa diversificar as opções financeiras disponíveis para os países membros.
Adicionalmente, Lavrov alertou que quaisquer sanções impostas pelo Ocidente contra os países do BRICS, em resposta ao desenvolvimento dessas plataformas de pagamento alternativas, seriam uma violação das diretrizes estabelecidas pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Entretanto, o chanceler destacou que não se opõe a uma competição justa, insinuando que há espaço para diferentes sistemas financeiros coexistirem.
Essas declarações de Lavrov refletem a crescente tensão entre blocos de países em um cenário global marcado por polarizações e rivalidades, onde as propostas do G20 e do BRICS se tornam cada vez mais relevantes para contrabalançar a influência ocidental. A reunião em Joanesburgo promete ser um marco importante neste contexto, modelando o futuro das relações internacionais em uma era de mudanças dinâmicas.