O julgamento contou com a participação dos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, todos a favor das medidas cautelares, resultando em uma votação de 4 a 1. Com isso, o ex-presidente se vê sujeito a uma série de restrições significativas em seu dia a dia. Além do uso da tornozeleira, Bolsonaro não poderá sair de casa entre as 19h e as 6h, nos finais de semana e feriados. As medidas imunizam também contra sua aproximação a embaixadas e consulados estrangeiros, assim como o contato com embaixadores e autoridades internacionais, além da proibição do uso de redes sociais.
O ex-presidente se encontra em uma situação delicada perante a Justiça, sendo réu no STF sob acusações graves, incluindo organização criminosa armada e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Essas acusações, somadas aos riscos que o contexto político e social apresenta, acentuam a pressão sobre o ex-mandatário, que agora busca uma forma de adequar sua presença no debate público, mantendo-se autonomamente atuante em um cenário marcado por tensões judiciais e políticas.
A decisão de Fux levanta discussões sobre o papel do Judiciário na manutenção das garantias individuais e a relação entre medidas cautelares e a figura do ex-presidente. Enquanto isso, o panorama político nacional continua a acompanhar de perto as repercussões dessa votação e os desdobramentos que ela pode ter sobre a situação de Bolsonaro e a interação dele com a administração da Justiça no Brasil. A complexidade do caso reflete a luta entre o Estado de Direito e as liberdades individuais em um momento em que a democracia é, mais do que nunca, um tema central na política brasileira.