Fernando Humberto, tenente do Exército e foragido desde 2015 por ter sido condenado por calúnia, foi testemunha de defesa do ex-policial militar Ronnie Lessa, responsável pela morte da vereadora Marielle Franco. A ação policial resultou em seis mandados de busca e apreensão em endereços na capital carioca e nas cidades paranaenses de Curitiba e Maringá.
De acordo com informações obtidas pela PF, o grupo investigado também realizava um comércio ilegal de materiais bélicos, fornecendo armas para facções criminosas e milícias no Rio de Janeiro. A confederação liderada por Fernando Humberto é responsável por credenciar atiradores, caçadores e colecionadores, além de organizar competições de tiro.
Durante a operação, foram apreendidas 34 armas de fogo no Rio de Janeiro e 94 carregadores de alta capacidade, 12 kits de conversão de armas de fogo, 262 carregadores de pistola, 22 carregadores de fuzil e 32 bandoleiras táticas no Paraná. O advogado de Fernando Humberto, Ary Brandão de Oliveira, alega que seu cliente possui autorização do governo dos Estados Unidos para comercializar armas entre os dois países.
A presença de Fernando Humberto nos Estados Unidos durante a operação da PF levanta suspeitas de que ele teria sido o intermediador do tráfico internacional. Sua defesa afirma que ele estava no país a negócios, representando empresas do ramo de armamentos, e contesta as acusações feitas pela polícia.
Ronnie Lessa, filiado à confederação e acusado de assassinar Marielle Franco, solicitou que Fernando Humberto fornecesse esclarecimentos técnicos para enfatizar que não seria possível que ele fosse o executor do crime. Apesar de ter sido condenado pelo STM, Fernando Humberto permaneceu em liberdade durante o processo judicial. A investigação da PF continua em andamento para apurar as atividades da quadrilha suspeita de tráfico de armas entre o Brasil e os Estados Unidos.