Uma funcionária com 14 anos de experiência na instituição, que preferiu não ser identificada, compartilhou seu desespero: “Estamos tirando de onde não temos para vir trabalhar. Dependo do meu esposo até para me deslocar até aqui. É muito complicado.” Segundo ela, a gestão atual do hospital não apresenta soluções eficazes. Em vez disso, a administração se limita a cobrar explicações sobre as faltas, ignorando a angústia enfrentada pelos funcionários.
Na última quinta-feira, os trabalhadores decidiram realizar uma paralisação como forma de protesto, visando pressionar a administração do hospital a resolver a situação insustentável. Em resposta, a direção do hospital alegou que os pagamentos estão sujeitos a repasses do governo estadual. Na tentativa de buscar uma solução, uma reunião entre os representantes dos trabalhadores e a administração estava prevista para a tarde do dia seguinte.
Até o momento, a situação chamou a atenção do Ministério Público Federal, do Ministério Público de Alagoas e da Defensoria Pública da União, que acionaram a Justiça Federal. Os órgãos pediram o bloqueio de R$ 2,7 milhões das contas do Estado, argumentando que houve descumprimento de um compromisso firmado em agosto, no qual o governo se comprometeu a repassar R$ 3,4 milhões destinados à produção hospitalar. Contudo, apenas R$ 700 mil foram efetivamente pagos até o presente momento.
Esse atraso nos repasses prejudica setores essenciais, como a nutrição e a Central de Material Esterilizado, ameaçando a continuidade da folha de pagamento desde maio. A Justiça está em vias de convocar o secretário estadual de Saúde para se explicar sobre o não cumprimento das obrigações, podendo ainda marcar uma audiência emergencial para tratar do tema.
Por fim, a direção do Hospital Veredas anunciou que emitirá uma declaração oficial sobre a situação, reiterando a necessidade urgente de uma solução para as questões financeiras enfrentadas pelo hospital e seus colaboradores.
