Funcionária denota demissão após usar tranças nagô e denuncia racismo em ambiente de trabalho

Em um episódio que levantou discussões sobre racismo e discriminação no ambiente de trabalho, Daniela Barros, de 23 anos, denunciou ter sido demitida de uma empresa de consórcio em Maceió após usar tranças nagô, um penteado tradicional da cultura negra. O caso gerou repercussão nas redes sociais quando Daniela compartilhou sua experiência em um vídeo no Instagram, expressando sua apreensão em tornar a situação pública, mas foi empoderada pela necessidade de que o episódio não passasse despercebido.

A jovem, que sempre se apresentou de forma formal e discreta no ambiente profissional, decidiu adotar o penteado em um momento de expressão de sua identidade. No entanto, ao usar as tranças pela primeira vez em seu trabalho, foi advertida por sua supervisora, que a alertou sobre a possibilidade de perder o emprego caso não as removesse. Atendendo ao apelo da chefe, Daniela decidiu tirar as tranças, mas a situação se repetiu quando resolveu usar um estilo considerado mais “aceitável” para a empresa.

Três dias após a nova permissão para usar tranças, a supervisora novamente a chamou para exigir a remoção do penteado, alegando que este não se encaixava no “perfil” da empresa. Daniela, por outro lado, destacou que seu estilo de vestir era sempre adequado ao ambiente de trabalho e que a questão envolvia um componente racial. “Não basta sofrer racismo, a gente ainda precisa juntar provas para provar o que aconteceu. É sempre a nossa palavra contra a deles”, desabafou.

Ao se recusar a retirar as tranças, Daniela foi dispensada no mesmo dia e teve que cumprir um aviso prévio, um processo que descreveu como humilhante e constrangedor. A chefe alegou que a decisão de demitir se baseou em normas de estilo da empresa, mas a jovem acredita que a verdadeira questão é a discriminação racial que permeia esses padrões.

Este caso não apenas destaca os desafios enfrentados por muitos profissionais que buscam expressar sua identidade cultural, mas também evidencia a necessidade de maior discussão sobre diversidade e inclusão no ambiente corporativo.

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