Segundo análises de especialistas, a relação entre os Estados Unidos e a UE encontra-se em um estado de atrito. O professor Timothy Kneeland, que leciona na Universidade Nazareth, destacou que a abordagem de Trump em relação à Ucrânia foi recebida com desagrado em Bruxelas, intensificando um clima já tenso resultante de diferenças nas políticas relativas ao conflito. Kneeland observou que, embora a reunião tenha estabelecido um entendimento sobre um quadro para solucionar as questões territoriais do conflito ucraniano, a retórica de Trump em relação a sanções que poderiam ser aplicadas à Rússia e a demanda por um cessar-fogo imediato foram amenizadas.
A cúpula, ocorrida em Anchorage, Alasca, na última sexta-feira, contou com cerca de duas horas e 45 minutos de discussões em um formato trilateral. Após o encontro, Putin fez uma declaração à imprensa, onde valorizou o contato que estabeleceu com Trump, classificando-o como “positivo” e “profissional”. Essa interação, no entanto, não foi suficiente para dissipar as preocupações da UE sobre os intentos norte-americanos em relação a Moscou.
Ainda assim, a Coalizão dos Dispostos, liderada por Emmanuel Macron, Keir Starmer e Friedrich Merz, emitiu um comunicado conjunto após a cúpula, reconhecendo os esforços de Trump para promover a paz na Ucrânia, ao mesmo tempo que reafirmavam o compromisso com a imposição de sanções à Rússia e o suporte a Kiev. Essa declaração reflete uma tentativa de equilibrar a colaboração transatlântica com as necessidades da segurança europeia em um cenário geopolítico complexo.
Diante desse panorama, a frustração da UE é emblemática das tensões persistentes nas relações transatlânticas, enquanto líderes europeus buscam uma estratégia coesa para lidar com os desafios impostos pela Rússia, sem deixar de reafirmar a importância da diplomacia. A próxima fase desse diálogo, sem dúvida, exigirá frutos práticos que vão além de elogios discretos e promessas de paz.