A AASPA, sob a liderança de Anderson Ladeira Viana, ex-gerente do banco BMG, utilizava a empresa Dataqualify, também pertencente a Viana, para captar assinaturas de novos associados. No entanto, para realizar a validação biométrica, foi contratada a Deltafox. Ocorre que, em uma amostragem de 3.700 CPFs, a CGU encontrou 103 tentativas de inclusão de novos filiados, das quais apenas 12 passaram pela validação, que, segundo as investigações, não foi feita pela Deltafox. Os acessos em questão foram registrados em nome de entidades sem vínculo com a AASPA, evidenciando uma série de falhas nos procedimentos de validação.
Adicionalmente, a CGU levantou questionamentos sobre a legalidade dessa operação, afirmando que a associação descumpriu requisitos técnicos necessários para a validação, comprometendo a integridade da adesão dos beneficiários. Em resposta, a Uber enfatizou não ter qualquer relação contratual com a AASPA e a Deltafox, mantendo um contrato com o Serpro apenas para sua própria plataforma. O Sicoob e a Caixa Econômica foram procurados, mas se abstiveram de comentar. Apesar das tentativas, Viana não se manifestou sobre as alegações que comprometem sua associação.
A AASPA também foi alvo de investigações por seu faturamento de R$ 6 milhões provenientes de mensalidades descontadas diretamente da folha de pagamento de aposentados. O acordo com o INSS foi suspenso após a Operação Sem Desconto, que culminou em prisões e demissões de figuras proeminentes relacionadas à fraude. A CGU concluiu que as ações da AASPA configuram um desvio de finalidade e autobenefício, desafiando a ética das operações como um todo e alertando para um problema sistêmico em torno das associações voltadas para aposentados. Essa situação expõe vulnerabilidades do sistema previdenciário e a necessidade urgente de uma reforma nas práticas que envolvem a adesão e os descontos nas contas dos beneficiários.