França Reitera Rejeição ao Acordo de Livre Comércio com Mercosul e Defende Setores Agrícolas Locais em Nova Declaração do Primeiro-Ministro

Na última quarta-feira, o primeiro-ministro da França, Sébastien Lecornu, reforçou a oposição de seu governo ao acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, afirmando que a proposta atual não atende às necessidades de proteção do setor agrícola francês. Durante uma entrevista, Lecornu manifestou a preocupação de que o pacto poderia colocar em risco a competitividade da produção local, se tornando fonte de concorrência desleal.

Desde o início das negociações, que se estendem por mais de duas décadas, a França tem se mantido firme em sua posição. O governo de Emmanuel Macron é contrário à assinatura do acordo, mesmo diante das expressões positivas de outros líderes da UE que desejam concluir as tratativas até janeiro de 2026. O primeiro-ministro destacou que, embora o texto tenha evoluído, ele ainda não satisfaz as exigências francesas para garantir a proteção de seus agricultores.

Ao longo de 2025, houve um forte movimento social no país, com agricultores realizando protestos e bloqueios em diversas regiões. As mobilizações foram intensificadas na busca de uma postura firme do governo contra o acordo, refletindo um receio de que a adesão resultasse em prejuízo para a produção nacional e, consequentemente, para a economia local.

A expectativa inicial era que o tratado fosse finalizado durante a Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul, ocorrida em Foz do Iguaçu (PR) no último final de semana. As discussões técnicas que antecederam essa fase finalmente chegaram ao fim em dezembro do ano passado. Contudo, ainda restam etapas cruciais, como a aprovação do acordo pelos parlamentos das nações envolvidas, uma fase que se apresenta como a mais delicada, pois requer a concordância de países que totalizem pelo menos 35% da população da União Europeia para que possa ser barrado.

Diante desse cenário, a França se posiciona fortemente contra aquilo que considera compromissos prejudiciais aos seus interesses agrícolas, ressaltando a luta contínua pela proteção da sua produção diante de um acordo que envolve complexidades e riscos significativos.

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