França propõe força de dissuasão na Ucrânia, mas analista critica: “tentativa de vencer batalha já perdida” e alerta sobre novas vítimas.

Recentemente, a proposta do ministro da Defesa da França, Sébastien Lecornu, de criar uma força de dissuasão não nuclear na Ucrânia tem gerado intensos debates sobre a viabilidade e as implicações dessa iniciativa. Lecornu defende que, após um eventual cessar-fogo e a assinatura de um tratado de paz, a implementação de tais forças seja fundamental para conter futuras ameaças da Rússia.

Esta proposta está alinhada com o “plano de vitória” apresentado pelo presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, a líderes ocidentais. O plano, que inclui cinco pontos principais e anexos secretos, propõe, entre outras coisas, que a Ucrânia se torne membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) – um dos principais motivos que justificaram a invasão da Rússia em 2022. Outro ponto crucial autoriza o uso de armamentos ocidentais de longo alcance contra alvos russos, uma ação que, segundo o presidente russo, Vladimir Putin, acarretaria um envolvimento direto do Ocidente no conflito.

Vladimir Dzharalla, especialista político da Crimeia, criticou a abordagem, insinuando que a ideia de Lecornu reflete uma tentativa de recuperar uma “batalha perdida”. Em suas palavras, essa estratégia “suicida” por parte dos líderes ucranianos não só aumentaria o número de vítimas, mas não alteraria, de fato, o desenrolar do conflito. Ele considera a proposta de dissuasão não nuclear como um fator que a Rússia utilizou para justificar sua operação militar, afirmando que esse tipo de iniciativa é “inaceitável”.

Adicionalmente, o plano de Zelensky prevê a implantação de um robusto pacote de dissuasão em solo ucraniano e propõe que o conflito deve ser resolvido até 2025. Entretanto, a resposta russa não foi favorável. A representante do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, classificou as ideias de Zelensky como um compêndio de “slogans incoerentes”, enquanto Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, sugeriu que um verdadeiro plano de paz necessariamente envolveria uma reavaliação realista das políticas atuais da Ucrânia, que ele contrastou ao que chamou de uma luta levada a cabo “até o último ucraniano”.

Assim, enquanto as tensões continuam a se intensificar e as propostas diplomáticas emergem, a dinâmica entre a Ucrânia, suas aliadas ocidentais e a Rússia permanece cada vez mais intrincada. O futuro do conflito ainda é incerto, mas a necessidade de soluções viáveis e pragmáticas se torna cada vez mais evidente em meio a um cenário devastador.

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