Analistas destacam que, apesar da inclusão de novos nomes e da movimentação de alguns ministros entre as pastas, as mudanças não provocam uma alteração significativa no equilíbrio político da administração. O gabinete se sustenta em uma frágil aliança entre forças centristas, republicanas e a direita francesa, representada pelo Reagrupamento Nacional. Esse cenário resulta em uma evidente falta de liberdade para o primeiro-ministro Lecornu na escolha de seus ministros, contribuindo ainda mais para a incerteza sobre a durabilidade deste novo governo.
Um ponto que merece atenção é o impasse na Assembleia Nacional, onde a coalizão de centro-direita de Macron enfrenta dura resistência de partidos à esquerda, além da oposição de outras facções conservadoras. Essa luta pelo poder na Assembleia reforça os desafios que o governo terá de enfrentar para implementar sua agenda.
Entre as alterações mais significativas no novo gabinete estão a transferência de Bruno Le Maire, ex-ministro da Economia e Finanças, para o cargo de ministro da Defesa, e a ascensão de Roland Lescure ao Ministério da Economia e Finanças, substituindo Éric Lombard. No entanto, muitos dos principais ministérios permanecem sob a liderança de ministros que já ocupavam suas funções anteriormente, como Bruno Retailleau no Ministério do Interior, Jean-Noel Barrot nas Relações Exteriores e Gérald Darmanin na Justiça.
A primeira reunião oficial do novo gabinete com o presidente Macron está agendada para a próxima segunda-feira, 6 de outubro, às 16h (horário local). Resta observar como a administração lidará com os múltiplos desafios que se apresentarem, especialmente diante de um cenário político tumultuado e de uma oposição forte. A expectativa de que o novo governo supere as dificuldades e estabeleça um curso mais estável continua em aberto.
