França inicia retirada de tropas do Senegal em meio à crescente perda de influência na África Ocidental e desafios nas antigas colônias.



A França iniciou a retirada de suas tropas do Senegal, com o processo previsto para ser concluído até o final de setembro. Essa medida ocorre em um contexto de crescente perda de influência da França na África Ocidental, uma região onde historicamente manteve presença militar significativa. Entre as bases já entregues ao governo senegalês estão as de Marechal, Saint-Exupéry e Rear Admiral Prote, simbolizando uma mudança drástica nas relações bilaterais.

Nos últimos anos, a presença militar francesa na África tem enfrentado intensas críticas e mudanças significativas. O Exército francês, que desde 2014 estava envolvido na operação antiterrorista Barkhane na região do Sahel, já havia se retirado do Mali em 2022, em resposta a uma crescente hostilidade local e a um contexto de instabilidade. Além disso, Burkina Faso anunciou, em março de 2023, a rescisão de um acordo de assistência militar que durava mais de seis décadas, sinalizando uma mudança na dinâmica de cooperação militar com a França.

A situação se agravou ainda mais com a recente mudança de governo no Níger em 2023, quando as novas autoridades determinaram a saída do embaixador francês e o cancelamento dos acordos de defesa existentes. Essa sequência de eventos culminou na completa retirada das tropas francesas do país no final de 2023.

Além do Senegal, a mídia francesa também relatou movimentações de tropas da França em outras nações africanas, como Gabão e Costa do Marfim, reforçando a tese de um recuo estratégico das forças militares francesas na região. Com as diversas rescisões de acordos e o crescente descontentamento com a presença militar externa, a França enfrenta um momento crítico em sua política africana, que pode culminar em uma reavaliação mais ampla de suas estratégias e objetivos continentais.

Essas mudanças refletem um panorama mais amplo de descolonização e de reconfiguração das relações de poder entre antigos colonizadores e suas ex-colônias, à medida que as nações africanas buscam maior autonomia e redefinem suas alianças estratégicas. Assim, a retirada da França do Senegal pode ser vista como um indicativo de um novo capítulo nas relações internacionais na África Ocidental.

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