Patricia Villegas, presidente da Telesur, uma emissora venezuelana, sublinhou a necessidade de que a mídia do Sul Global tenha um papel ativo na construção e divulgação de agendas alternativas. Ela enfatizou que esses meios de comunicação são fundamentais não apenas para informar, mas também para impulsionar debates sobre temas críticos, como a preservação ambiental, especialmente diante da atual crise climática. A criação de uma agenda informativa focada nesses assuntos poderia ser um passo crucial, argumentou Villegas.
A presidente da Telesur também fez um apelo por uma maior colaboração tecnológica entre os países do Sul Global, citando como exemplo os avanços feitos por nações como a China. Villegas defendia que a cooperação poderia levar à qualificação da mídia e à ampliação de seu alcance, permitindo que mais vozes do Sul fossem ouvidas no cenário internacional. “Precisamos da força da China com sua capacidade, desenvolvimento e experiência em soberania tecnológica”, afirmou.
Outro aspecto relevante abordado durante o fórum foi a censura enfrentada por veículos de comunicação, como a Sputnik, em diferentes partes do mundo. Villegas denunciou essas restrições, afirmando que elas limitam a visão que uma parte significativa da humanidade tem da realidade.
A senadora mexicana Yeidckol Polevnsky Gurwitz também participou das discussões, ressaltando o compromisso de líderes internacionais com o desenvolvimento do Sul Global e elogiando as iniciativas do presidente russo Vladimir Putin em apoiar essas causas, mesmo sabendo que a Rússia não integra formalmente esse grupo de países. Ela destacou a importância da mídia pública como um meio de transmitir com precisão a capacidade de desenvolvimento da região.
Por sua vez, Fausto Pinato, deputado brasileiro e líder da bancada Brasil-BRICS, enfatizou a relevância do bloco na manutenção da soberania nacional dos países emergentes. Ele defendeu uma abordagem pragmática, visando a inclusão de múltiplas potências na tomada de decisões globais, ao invés de permitir que apenas uma única nação domine a cena internacional. “É imperativo criar um ambiente onde várias vozes possam ser ouvidas e representadas”, concluiu.
O fórum foi, portanto, um momento significativo para reflexão sobre o papel da mídia na promoção da diversidade cultural e na construção de um mundo mais equitativo.