Formação de adultos para novas tecnologias passa a ser parte da EJA no Brasil, em iniciativa inédita do governo.

A educação de jovens e adultos (EJA) no Brasil passa por uma mudança significativa ao incluir habilidades para lidar com novas tecnologias. A formação voltada para os alfabetizadores da EJA agora aborda questões como envio de mensagens em redes sociais, identificação de golpes online, uso de aplicativos bancários e até mesmo criação de perfis em aplicativos de namoro.

De acordo com a professora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Daniele Dias, a ideia é explorar essas tecnologias de forma crítica, para que os alunos se tornem usuários conscientes, enxergando a tecnologia como uma ferramenta facilitadora em suas vidas. Este é um dos tópicos abordados no Programa de Formação de Alfabetizadores e Docentes dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, iniciativa criada em parceria com o Ministério da Educação (MEC) e a Cátedra Unesco de EJA.

O Pacto pela Superação do Analfabetismo e Qualificação na Educação de Jovens e Adultos (Pacto EJA), lançado pelo governo federal, visa capacitar as redes de ensino para garantir a alfabetização de um grande contingente de jovens, adultos e idosos que não tiveram a oportunidade de aprender a ler e escrever anteriormente. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 11,4 milhões de pessoas com 15 anos ou mais no Brasil não possuem essa habilidade básica.

Além de promover a alfabetização, a inclusão da educação midiática e das novas tecnologias no currículo da EJA também visa evitar golpes e crimes virtuais. Para Daniele Dias, é fundamental educar essas pessoas para que compreendam os desafios e oportunidades do mundo digital.

O curso de formação para os alfabetizadores da EJA é uma iniciativa inédita no país e busca valorizar os conhecimentos prévios dos alunos, seguindo uma perspectiva defendida por Paulo Freire. A intenção é transformar a realidade dos estudantes, reconhecendo o potencial transformador que cada um possui.

Professores que atuam na EJA reconhecem a importância da formação continuada para lidar com um público diverso, formado por jovens, adultos e idosos, com diferentes realidades e desafios. A inclusão das novas tecnologias no currículo é vista como um passo importante para preparar esses alunos para a vida no mundo contemporâneo, evitando exclusões e promovendo a inclusão digital.

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