A situação é preocupa devido ao histórico de conflitos na região, que tem sido epicentro de disputas por terras entre fazendeiros e os povos indígenas, refletindo um longo embate por direitos territoriais. A Polícia Federal (PF) já iniciou investigações sobre o ataque e informou que este foi o quarto incidente violento em apenas uma semana. Além disso, houve relatos de um incêndio em uma residência durante as festividades de Ano Novo.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública revelou que o efetivo da Força Nacional será aumentado em 50% para intensificar o patrulhamento na área. Ao mesmo tempo, o Ministério dos Povos Indígenas indicou que está em contato com o Ministério da Justiça para tratar da investigação de grupos armados que operam na região, buscando uma solução definitiva para a onda de violência.
Várias organizações indígenas, incluindo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e outras entidades regionais, emitiram uma declaração conjunta condenando os ataques e criticando a resposta tardia da Força Nacional às demandas de proteção. Em sua nota, as entidades expressaram que a Força Nacional, ao ser acionada, muitas vezes minimiza as denúncias e tende a agir de forma reativa, chegando depois que as agressões já ocorreram.
Entre os feridos, um adolescente de 14 anos e uma criança de 4 anos foram inicialmente hospitalizados. Embora tenham recebido alta, há preocupação sobre a condição de outros jovens que permanecem internados, com um deles em estado grave. As organizações que representam os indígenas afirmaram que as imagens dos feridos “são chocantes e estarrecedoras”, indicando a gravidade da situação.
Para enfrentar a violência e as violações históricas na área, essas entidades defendem como uma solução imprescindível a demarcação da Terra Indígena Tekoha Guasu Guavirá, uma medida fundamental para proteger os direitos da comunidade e garantir a segurança dos habitantes locais.