Os números, divulgados por um consórcio formado pelo Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (Comusan-SP), pelo Observatório de Segurança Alimentar e Nutricional da Cidade de São Paulo (Obsanpa) e por pesquisadores de universidades federais, indicam que 50,5% dos paulistanos enfrentam algum grau de insegurança alimentar. Isso significa que a maioria das pessoas na cidade não possui acesso regular e permanente aos alimentos necessários para uma alimentação saudável.
O estudo também apontou que 1,4 milhão de habitantes de São Paulo, o equivalente a 12,5% da população, vivem em situação de insegurança alimentar grave, passando fome. Esse número é três vezes maior do que a média nacional. Surpreendentemente, a pesquisa revelou que a fome é um problema mais presente nas áreas periféricas da cidade, onde 72% das pessoas que enfrentam esse problema residem.
Um aspecto preocupante levantado pelo estudo é a relação entre insegurança alimentar e renda. Sete em cada 10 domicílios em situação de insegurança alimentar grave possuem renda per capita de até meio salário mínimo. Mesmo com a existência do programa Bolsa Família, os pesquisadores destacam que a realidade de São Paulo, com alto custo de vida, demanda políticas de assistência social mais robustas para garantir a segurança alimentar das famílias.
Além disso, a pesquisa analisou a questão sob uma perspectiva de raça e gênero, revelando que mulheres chefes de família e pessoas pretas são mais vulneráveis à insegurança alimentar. Esses recortes revelam a desigualdade presente no acesso à alimentação na cidade.
Diante desses dados alarmantes, é evidente a urgência de políticas públicas eficientes para combater a fome e garantir a segurança alimentar de todos os cidadãos paulistanos. A pesquisa serve como um alerta para a gravidade da situação e a necessidade de medidas concretas para enfrentar esse problema estrutural.