De acordo com a cardiologista Juliana Soares, do Hospital Israelita Albert Einstein, a relação entre os fogachos e a função endotelial ainda tem algumas limitações na literatura. No entanto, é sabido que o dano e a disfunção endotelial têm um papel importante como evento inicial da aterosclerose, e a perda de função endotelial após a menopausa está ligada à redução dos níveis de estrogênio.
O estudo realizado na Suécia avaliou quase 3 mil mulheres com idades entre 50 e 64 anos, e os resultados apontaram que aquelas que relataram fogachos graves e persistentes após a última menstruação apresentaram uma maior associação com aterosclerose nos exames de imagem. Quanto mais intensos e prolongados eram os sintomas, maior era o comprometimento da saúde vascular.
Diante disso, é importante que os profissionais de saúde valorizem esses sintomas e os considerem como fatores de risco cardiovascular. O questionamento sobre os fogachos em cada consulta pode contribuir para uma investigação diagnóstica mais detalhada e a implementação de terapias adequadas, auxiliando na prevenção de problemas de saúde nessa fase da vida.
Embora a reposição hormonal não seja indicada para a prevenção de eventos cardiovasculares, ela é considerada o tratamento padrão para alívio dos sintomas da menopausa, incluindo os fogachos. No entanto, nem todas as mulheres podem fazer esse tratamento, devido a contraindicações específicas.
Em resumo, os fogachos na menopausa não são apenas um desconforto passageiro, mas sim um sinal de alerta para um possível aumento do risco de doenças cardiovasculares. Portanto, é essencial que as mulheres e seus médicos estejam atentos a esses sintomas e busquem a melhor abordagem terapêutica para prevenir complicações no futuro.