FMI adia liberação de US$ 410 milhões ao Equador em meio à incerteza das eleições presidenciais de 2025, complicando planos do governo de Daniel Noboa.

Em um movimento que reflete a instabilidade política no Equador, o Fundo Monetário Internacional (FMI) decidiu adiar a liberação de US$ 410 milhões, aproximadamente R$ 2,33 bilhões, destinados ao país. Essa decisão foi anunciada na terça-feira, 18 de março, e está diretamente relacionada ao clima de incerteza que permeia o cenário eleitoral. As eleições presidenciais estão previstas para ocorrer no próximo ano e, segundo o FMI, a falta de clareza sobre quem poderá ser o vencedor influenciou sua decisão.

Em abril de 2024, o atual presidente, Daniel Noboa, que busca a reeleição, havia assinado um acordo com o FMI, garantindo um financiamento total de US$ 4 bilhões, com previsão para pagamentos em quatro anos. Este pacote financeiro, classificado como um acordo de Serviço Ampliado (SAF), tinha como finalidade principal ajudar o Equador a honrar dívidas previamente contraídas com o próprio FMI, além de financiar despesas sociais e enfrentar a crescente crise de segurança no país.

O adiamento dos recursos poderá trazer consequências significativas para a administração de Noboa, especialmente considerando que ele recentemente sofreu uma perda considerável: uma garantia de US$ 1,5 bilhão que o consórcio minerador Sinopetrol não conseguiu quitar na data prevista. Segundo especialistas, a ausência desses fundos do FMI pode ser crítica, pois eles representam uma fonte essencial de financiamento externo para o Equador. Sem esses valores, o governo de Noboa terá dificuldades em cumprir o orçamento planeado, que contava com desembolsos regulares do FMI a cada seis meses.

O analista econômico Andrés Rodríguez observa que, além de enfrentar a necessidade urgente de recursos, o próximo governo do Equador terá que negociar não apenas com o FMI, mas também com outras instituições como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento. A situação se agrava pelo desafio de suprir um déficit fiscal e implementar políticas de desenvolvimento social nos próximos quatro anos. Para Rodríguez, o futuro econômico do país depende da habilidade do novo governo em navegar esses complexos desafios de financiamento em um cenário político ainda incerto.

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