Ao analisar a série histórica do BC, que teve início em setembro de 2008, percebe-se que a saída líquida de dólares em 2024 foi a terceira maior, ficando atrás apenas de 2020 e 2019. Nestes anos, as retiradas de moeda americana do país superaram os aportes em US$ 44,768 bilhões.
O fluxo financeiro, que engloba investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro, pagamentos de juros e outras operações, apresentou um resultado negativo de US$ 87,214 bilhões no ano passado. Esse valor representa a maior saída líquida por esse canal na série histórica do BC. Até então, o recorde pertencia a 2019, com um fluxo negativo de US$ 65,792 bilhões.
Em 2024, as compras pelo canal financeiro totalizaram US$ 592,171 bilhões, enquanto as vendas alcançaram US$ 679,385 bilhões. Por sua vez, o saldo do comércio exterior foi positivo em US$ 69,200 bilhões, resultado das importações no valor de US$ 230,806 bilhões e das exportações de US$ 300,007 bilhões.
Na última semana de dezembro até o início de janeiro, o Brasil registrou um fluxo cambial negativo de US$ 5,602 bilhões, conforme dados preliminares do BC. O canal financeiro apresentou uma saída líquida de US$ 6,353 bilhões, com compras de US$ 5,893 bilhões e vendas de US$ 12,247 bilhões. Já o saldo do comércio exterior foi positivo em US$ 752 milhões, com importações de US$ 2,484 bilhões e exportações de US$ 3,236 bilhões.
No panorama global, o fluxo cambial brasileiro evidencia uma dinâmica de negativos significativos, refletindo a instabilidade econômica e as oscilações do cenário internacional. Esses resultados apontam para a necessidade de políticas assertivas e medidas para buscar equilíbrio nas transações financeiras do país.