Antes do anúncio, Tarcísio era considerado um ator importante, sendo apontado como o “fiel da balança” nas estratégias políticos de 2026. Isso estava atrelado ao seu papel como governador e seu crescente reconhecimento entre os aliados. Nos bastidores, diversos nomes já estavam sendo cogitados como possíveis sucessores de Tarcísio, incluindo o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e o presidente da Assembleia Legislativa, André do Prado. Por outro lado, Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente, manifestou interesse em concorrer ao governo paulista caso Tarcísio não se lancasse na disputa.
Nas últimas semanas, o governador vinha ampliando seu discurso, envolvendo-se em debates sobre segurança pública e tecendo críticas ao governo atual. Durante um evento voltado para empresários, ele ressaltou a necessidade de um novo “CEO” para o Brasil, ecoando descontentamentos em relação à administração de Lula.
Apesar da expectativa de que o anúncio da candidatura de Flávio fosse um “balão de ensaio”, a confirmação pela própria família Bolsonaro, e o reconhecimento de Tarcísio sobre o novo cenário, praticamente marginam o governador da corrida presidencial neste momento. Interlocutores de Tarcísio revelaram que muitos almejavam que a candidatura dele fosse anunciada apenas em 2026, mais próximo do prazo de desincompatibilização do cargo, evitando assim um foco de ataque por parte da oposição.
Este novo panorama também afeta a estratégia da esquerda no estado de São Paulo. Com Tarcísio considerado favorito à reeleição, o PT busca um candidato que consiga pelo menos levar a disputa para o segundo turno, permitindo uma robusta plataforma para Lula. O nome de Fernando Haddad, ex-prefeito da capital e conhecido pelo eleitorado, aparece como uma opção viável, mesmo que os desafios sejam enormes.
Caso Tarcísio se retire da corrida pelo Palácio do Planalto, o ambiente mudaria consideravelmente, com possíveis nomes como Geraldo Alckmin e Márcio França surgindo como alternativas dentro da oposição. Assim, a politização do estado promete intensificar-se, especialmente em relação à gestão de Tarcísio. A combinação desses fatores sugere um embate acirrado tanto em São Paulo quanto no cenário nacional nas eleições de 2026, mostrando que a política brasileira continua a ser um palco de intensas articulações e surpresas.
