O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) manifestou forte insatisfação em relação ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, após este solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito contra o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O clamor de Flávio se intensificou ao criticar a ação do procurador, a qual ele qualificou de “cagada”.

Essa expressão chamativa remete a um incidente recente, onde Paulo Gonet acabou por vazar um áudio durante o depoimento do ex-ministro Aldo Rebelo, em um contexto que envolvia o famoso “inquérito do golpe”. Durante essa audiência, Gonet fez uma pergunta sobre a capacidade da Marinha em desfazer a ordem institucional no Brasil sem o Exército, mas a indagação rapidamente atraiu intervenções da defesa do almirante Almir Garnier, criando um ambiente conflituoso. O próprio Gonet, percebendo o deslize, acabou se auto-acusando, ao afirmar pelos lábios, ainda com o microfone ligado, que havia cometido um erro.

Flávio, em seu descontentamento, não poupou palavras e elucidou a gravidade da situação ao afirmar que o pedido de Gonet revela uma busca por perseguição política. Para ele, a democracia no Brasil está em um estado crítico, a ponto de figuras proeminentes do Ministério Público utilizarem seu poder para atacar um parlamentar que, segundo informações, busca assistência internacional. Ele complementou seus argumentos ressaltando que a conduta de Gonet poderia ser interpretada como um aperfeiçoamento na lista de possíveis sancionados pelo governo americano, particularmente em relação a Alexandre de Moraes, ministro do STF.

Na visão do senador, a “cagada” de Gonet não apenas prejudica Eduardo Bolsonaro, mas também reforça a percepção de um estado de exceção no país, transformando-o em um alvo de críticas tanto internas quanto externas. A situação se revela um capítulo tenso nas já conturbadas relações entre os diferentes poderes da República, um episódio digno de ser acompanhado com grande atenção, dado seu impacto nas dinâmicas políticas atuais.