A questão central gira em torno da reorganização das datas dos campeonatos. O presidente da CBF, Samir Xaud, havia comentado sobre as modificações em uma coletiva de imprensa durante a convocação da seleção brasileira, mas suas explicações não foram suficientes para apaziguar a insatisfação dos flamenguistas. O clube argumenta que, desde a implementação do formato de pontos corridos em 2003, a integridade da tabela sempre foi respeitada, com mudanças apenas em situações excepcionais. Essa inovação, apontam, desconsidera o histórico da competição e desrespeita os diversos atores envolvidos, incluindo jogadores, clubes e torcedores.
Enquanto alguns clubes, como Palmeiras e São Paulo, apoiaram as novas disposições, argumentando que as mudanças beneficiam o futebol nacional, o Flamengo se opôs veementemente. A inversão das datas proposta pela CBF, que prevê a finalização do Campeonato Brasileiro em 7 de dezembro para dar espaço à reta final da Copa do Brasil, compromete diretamente o planejamento das equipes, especialmente considerando que jogadores e técnicos precisam se preparar para a próxima temporada.
A CBF justificou a medida afirmando que as decisões visam um calendário mais favorável e estão baseadas em feedbacks recebidos de diversos clubes e da mídia esportiva. No entanto, o Flamengo destaca que as mudanças ocorreram de maneira unilateral e deveriam ter sido debatidas no Conselho Técnico, que ocorre geralmente em março, antes do início dos torneios.
Com a eliminação do Flamengo na Copa do Brasil, seus jogadores agora têm um número reduzido de datas livres para treinamentos, o que pode impactar a performance futura da equipe em outras competições, como a Libertadores, onde o Flamengo segue firme na disputa. Para a torcida, o adiamento das suas oportunidades de conquista torna o cenário ainda mais desafiador, com a possibilidade de decisões de títulos sendo disputadas em datas muito próximas.
Em resumo, a crise entre o Flamengo e a CBF reflete uma insatisfação maior com a forma como o calendário do futebol brasileiro vem sendo gerido, ressaltando a necessidade de um debate mais aberto e inclusivo entre todos os envolvidos.