Fisioterapeuta é citada em investigação da PF por suposta fraude no gabinete de deputado de Alagoas; Operação Estágio IV investiga contratos de saúde em crise.

A recente Operação Estágio IV, deflagrada pela Polícia Federal, trouxe à tona possíveis irregularidades envolvendo a fisioterapeuta Luciana Pontes de Miranda, que é casada com Gustavo Pontes de Miranda, ex-secretário de Saúde de Alagoas. A investigação aponta indícios de que Luciana teria atuado como funcionária fantasma no gabinete do deputado federal Isnaldo Bulhões (MDB-AL). De acordo com os documentos obtidos, ela estaria lotada como secretária parlamentar desde 2019, levantando suspeitas sobre sua real atuação.

Durante o mesmo período em que supostamente exercia suas funções no legislativo, Luciana também mantinha outros vínculos profissionais e estava cursando medicina em Olinda, Pernambuco. Essa situação levanta questionamentos sobre sua capacidade de conciliar essas atividades. Registros públicos da Câmara indicam que a fisioterapeuta recebia um salário líquido mensal superior a R$ 7 mil, o que intensifica as dúvidas acerca da legitimidade de sua posição.

A operação, desencadeada em 16 de dezembro, resultou no cumprimento de 38 mandados de busca e apreensão, além do sequestro de bens e de medidas cautelares que incluem a suspensão do exercício de função pública de determinadas pessoas por um período de 180 dias. As investigações se concentram em indícios de favorecimento em contratos emergenciais da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas, totalizando quase R$ 100 milhões entre 2023 e 2025.

Fontes mencionam que os esforços da Polícia Federal e da Receita Federal também se concentram em examinar possíveis ressarcimentos superdimensionados relacionados a procedimentos que podem não ter sido realizados, além de pagamentos que parecem incompatíveis com a capacidade operacional de uma clínica privada.

Vale ressaltar que o deputado Isnaldo Bulhões não é alvo da investigação, e tentativas de contato com ele, Luciana e com a defesa de Gustavo Pontes de Miranda não obtiveram retorno. Por sua vez, o ex-secretário afastado nega quaisquer irregularidades, enquanto o Governo de Alagoas declarou que está acompanhando o desenrolar do caso, reafirmando seu compromisso com o devido processo legal. Essa situação evidencia a complexidade do cenário político e da ética na administração pública em Alagoas.

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