A instalação de 250 placas informativas ao longo da orla, cada uma com um QR code que direciona para um site com uma lista detalhada de permissões e proibições, foi uma das medidas institucionais adotadas para tentar controlar a situação. A fiscalização se intensificou em resposta ao comércio irregular, que era antes tolerado, mas yangue agora se vê restrito, especialmente no que diz respeito à venda de alimentos preparados em veículos-móveis. As mudanças coincidiram com uma flexibilização na utilização de garrafas de vidro; agora, barraqueiros estão autorizados a usar esses recipientes em suas tendas para a preparação de drinks.
Entretanto, a realidade na areia demonstra que a adaptação ao novo cenário ainda é um grande desafio. Na manhã deste sábado, tanto turistas quanto vendedores continuaram a usar práticas que podem levar à autuação, como o consumo de bebidas em vidro e a música alta, apesar da proibição explícita imposta pela nova política.
Os relatos de trabalhadores que dependem dessas vendas para sua subsistência são preocupantes. Leonardo José, um vendedor de camarões com 23 anos de experiência na praia, expressou sua preocupação com a fiscalização, enfatizando que essa pressão pode comprometer ainda mais as economias de quem vive dessa atividade. Rosileide Jorge, que comercializa milho, também compartilhou suas apreensões, mencionando que a apreensão de sua carrocinha representaria um prejuízo substancial, sublinhando a necessidade de uma regulamentação que permita o trabalho de forma legal e segura.
Além da desinformação, que atinge muitos frequentadores da praia, como a jovem Ingrid Nascimento — que só se deu conta da proibição ao ser entrevistada —, a SEOP destaca que a Operação Verão, iniciada em setembro, já resultou em multas e apreensões significativas. Em dois meses, cerca de 394 multas foram aplicadas e mais de 2.000 garrafas de vidro foram recolhidas, visando melhorar a segurança nas praias.
As alterações não são limitadas às proibições nas praias, mas também se estendem ao trânsito em áreas específicas, como a proibição da entrada de veículos na Praia de Grumari e na Prainha durante horários de maior fluxo, além da restrição de estacionamento na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, outra tentativa de melhorar o fluxo de pessoas e a segurança na região.
As novas regras surgem em um contexto onde a gestão da orla tenta equilibrar a experiência dos veranistas com o trabalho dos ambulantes, demarcando o que é permitido e o que está fora da lei. Resta saber como todos esses fatores afetarão o cotidiano na praia e se haverá um aumento na conformidade com estas legislações tão recentes.









