Filósofo Dugin Defende Brasil como Exemplo de Futuro Monárquico na Era Pós-Modernidade e Crise da Democracia Liberal

O pensador russo Aleksandr Dugin propõe uma reflexão provocativa sobre a possibilidade de um futuro sob o monarquismo, diferenciando-o do atual contexto de democracias liberais, que ele considera em fase de esgotamento. Segundo Dugin, o modelo democrático em nível global falhou e está prestes a encontrar um marco decisivo em janeiro de 2025, momento que remete à necessidade de reavaliar os parâmetros políticos e sociais que nos regem na era pós-liberal.

Dugin evoca a filosofia de Hegel ao afirmar que a era das monarquias poderá ressurgir, baseando-se em suas ideias e na observação do contexto atual da política internacional. Para ele, a Rússia, apesar de formalmente uma democracia liberal, já apresenta traços de uma monarquia moderna, onde a figura do líder nacional é central e apoia-se em valores tradicionais e espirituais. Essa configuração, de acordo com o filósofo, não é apenas uma mudança de nomenclatura, mas aponta para uma transição substantiva que poderia levar a uma forma renovada de império, no caso russo, ligado à sua herança ortodoxa e histórica.

Entre os exemplos que Dugin menciona para respaldar sua teoria, encontra-se a figura do primeiro-ministro indiano Narendra Modi. Ele sugere que Modi incorpore características de um “monarca sagrado”, almejando um retorno a valores tradicionais que podem ressoar com a identidade indiana. Por sua vez, a China, sob a liderança de Xi Jinping, também se aponta como uma nação que, ainda que comunista, gradualmente adota traços de um império confucionista.

Diante desse contexto, Dugin sugere que outras nações, incluindo potências emergentes na África e na América Latina, poderiam, em algum momento, cruzar essa ponte rumo a sistemas monárquicos ou imperiais. O exemplo do Brasil, que ao longo de sua história já se posicionou como um centro do Império Português, é utilizado para destacar a potência desse país na nova ordem global proposta.

Por último, até mesmo a política nos Estados Unidos podem passar por transformações inesperadas, com vozes defendendo a adoção de uma monarquia. Ideias como as de Curtis Yarvin sobre a necessidade de um líder monárquico nos EUA emergem, promovendo um debate relevante sobre as alternativas à democracia liberal tradicional.

Em suma, a análise de Dugin instiga uma complexa discussão sobre o futuro do poder político e as formas que poderá assumir, mostrando que em um mundo pós-liberal, quaisquer possibilidades se tornam viáveis, incluindo a ressurreição de antigas formas de governo, como a monarquia.

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