Filho é preso por manter mãe idosa em condições degradantes após resgate da Polícia Civil em Samambaia

Na manhã desta quinta-feira, 9 de outubro, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) realizou um resgate alarmante em Samambaia, onde uma idosa de 72 anos foi encontrada em condições deploráveis dentro de sua própria casa. A intervenção foi motivada por uma denúncia anônima, revelando que a mulher estava sendo mantida pelo filho, Demetrius Emerson de Farias, de 49 anos, em um ambiente insalubre e sob constante abuso emocional.

De acordo com as autoridades, ao chegarem ao local na QR 208, os policiais deparo com um cenário chocante. A residência, que há mais de 15 anos não via limpeza, acumulava lixo e estava em estado de degradação total. Demetrius, ao ser abordado, mostrou resistência e comportamento agressivo, o que levou à solicitação de apoio extra. Após a entrada de força-tarefa, a idosa foi encontrada em condições de vulnerabilidade extrema, detalhando não apenas a sujeira da casa, mas também o tratamento abusivo que sofria nas mãos do próprio filho.

A idosa relatou que era sujeita a constantes agressões verbais, além de não ter acesso ao dinheiro da própria pensão, já que Demetrius decidia como gastar o montante. Suas refeições consistiam basicamente de panetones, leite e água da torneira, sem qualquer supervisão médica ou acesso ao que poderia ser necessário para sua saúde. Durante o atendimento, verificou-se que a idosa apresentava dores intensas de cabeça e tontura, culminando em sua transferência para o Hospital Regional de Taguatinga (HRT) para cuidados médicos.

Testemunhas, incluindo vizinhos e amigos, confirmaram o comportamento abusivo do filho e descreveram uma série de eventuais situações de violência e negligência. Em um relato impactante, uma testemunha afirmou que Demetrius costumava agredir verbalmente a mãe, expressando desprezo por sua vida e dizendo que ela “não faria falta”. O estado emocional da idosa se deteriorava à medida que era deixada sozinha, frequentemente em lágrimas.

Demetrius justificou seu comportamento considerando a dificuldade de lidar com a mãe, alegando que sua condição de saúde e a gestão do dinheiro dela eram complicadas devido ao transtorno obsessivo compulsivo que ele afirmava ter. Apesar de reconhecer os erros, ele ainda se mostrava irredutível, afirmando que sua mãe nunca havia sido uma boa mãe e que sua situação era um ciclo difícil de romper.

Esse trágico episódio destaca a importância da vigilância comunitária e da proteção aos mais vulneráveis, especialmente em situações de abuso e descaso familiar, e reforça o papel das autoridades em agir decididamente em defesa de quem não consegue se defender.

Sair da versão mobile