Segundo Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional, um eclipse parcial da Lua acontece quando apenas uma porção da Lua entra na sombra da Terra, conhecida como umbra. “A umbra é a parte mais escura da sombra da Terra, onde a luz solar não chega de forma alguma. Quando a Lua começa a atravessar essa região, vemos uma parte dela escurecer gradativamente”, explica Nascimento. Esse processo produz o que chamamos de “mordidinha” na Lua, que se torna cada vez mais visível à medida que o eclipse avança, até atingir seu ápice.
Nascimento detalha ainda a sequência de fases de um eclipse lunar. “Todo eclipse lunar total começa com uma fase penumbral, seguida de uma parcial, depois a total, e então voltam as fases parcial e penumbral. No caso de um eclipse parcial, temos apenas as fases penumbral e parcial.” No Brasil, o eclipse poderá ser observado do início ao fim. Entretanto, Nascimento destaca que neste caso específico, apenas 3,5% da área total da Lua ficará escurecida.
Para observar o eclipse, basta que a Lua esteja visível no horizonte do local onde a pessoa se encontra e que o céu esteja limpo, sem nuvens. “Diferentemente do eclipse solar, não é necessário qualquer equipamento especial para observar um eclipse lunar. Não há riscos para a visão ao olhar diretamente para a Lua eclipsada”, tranquiliza Nascimento.
O evento começará na terça-feira às 21h41 (horário de Brasília) com a fase penumbral. A fase parcial terá início às 23h12, atingindo seu máximo às 23h44. A fase parcial terminará à 0h15 já na madrugada de quarta-feira, enquanto o fim da fase penumbral será registrado às 1h34.
Além da transmissão do Observatório Nacional, o eclipse será facilmente visível a olho nu em todo o Brasil, desde que as condições meteorológicas permitam. Como a Lua cheia fica visível durante toda a noite (nascendo ao pôr do sol e se pondo ao nascer do sol), o evento será uma oportunidade única para os observadores em todo o país.
Vale ressaltar que, devido à inclinação do plano de órbita da Lua em relação ao da Terra, os eclipses lunares e solares ocorrem em sequência. Portanto, após o eclipse parcial da Lua, haverá um eclipse anular do Sol em 2 de outubro, que também será transmitido pelo Observatório Nacional.