Coincidentemente, no mesmo dia em que Felipe subia ao palco do Palácio dos Festivais para apresentar o longa-metragem, sua ex-esposa, Vera Fischer, recebia o Troféu Cidade de Gramado, uma homenagem por sua vasta contribuição ao cinema nacional. O casal, que se conheceu durante as gravações da novela “Mandala” (1987) e foi casado de 1988 a 1995, tem um filho em comum, Gabriel, de 31 anos. O encontro inesperado entre os dois foi marcado por cordialidade e reconhecimento mútuo.
Em entrevista, Felipe expressou sua surpresa e alegria pela homenagem concedida a Vera. “Foi tão legal. Inicialmente, eu não sabia que ela ia ser homenageada. Achei uma coincidência enorme ser na mesma noite que apresentamos o filme”, comentou o ator, de 64 anos. “Vera é totalmente merecedora da homenagem que recebeu. Ela é uma grande atriz, uma diva, faz parte da história do cinema nacional”.
Na coletiva de imprensa, Felipe também destacou a experiência enriquecedora de trabalhar em “Filhos do Mangue”, onde interpreta Pedro Chão, um homem sem escrúpulos que perde a memória e é confrontado pela comunidade para aceitar seus erros. O ator demonstrou admiração pelo trabalho da diretora Eliane Caffé, especialmente pelo enfoque dela nas individualidades dentro das comunidades. “Li o roteiro e fiquei com muita vontade de fazer o filme. Depois, eu conheci a Lili (Eliane Caffé) e fiquei completamente apaixonado por ela, pelo processo dela e o trabalho que ela faz com as comunidades”, relatou.
A reciprocidade de sentimentos foi confirmada por Eliane Caffé, que elogiou a performance intuitiva de Felipe. “Eu tinha um pouco de receio, porque ele é um cara urbano, como eu. Mas ele tirou o sapato e entrou no mangue sem medo. Ele trouxe uma dimensão importante para um personagem dificílimo.”
Atualmente, Felipe passa por um momento prolífico em sua carreira, marcado pela participação em distintos projetos de televisão e cinema, inclusive em várias produções para plataformas de streaming. “Vejo um crescimento muito grande na produção no Brasil por causa dos streamings. Muitas plataformas estão produzindo conteúdo nacional e é trabalho para todo mundo”, afirmou o ator, que recentemente integrou séries como “Dias perfeitos” no Globoplay e “Santo maldito” no Disney+.
Mesmo com uma agenda cheia, Felipe mantém uma abordagem flexível e aberta às oportunidades que surgem. “Estou sempre à espera dos personagens, acredito que os personagens escolhem a gente e é como tento levar,” explicou. Seu mais recente trabalho para os cinemas, “100 dias”, dirigido por Carlos Saldanha, onde interpreta o pai de Amyr Klink, demonstra essa contínua busca por papéis desafiadores e significativos. “Toda vez que eu tento controlar a minha vida de alguma maneira, sai tudo pelo outro lado. Parece meio chavão, mas vivo o dia a dia.”
