Feira no Rio destaca cultura e bandeiras de luta de indígenas.

No último sábado (12) e domingo (13), o Parque Lage, no Rio de Janeiro, sediou uma feira de artesanato em comemoração ao Dia Internacional dos Povos Indígenas. O evento contou com a participação de mais de 350 indígenas de diferentes etnias de todo o Brasil, que apresentaram elementos da cultura e discutiram as principais bandeiras de luta do povo indígena.

Um dos destaques da feira foi a barraca de Tereza Arapium, artesã e militante indígena. Em sua barraca, ela expôs cestos, chapéus e outros itens decorativos feitos a partir de materiais encontrados na natureza, como folhas de tucumã, uma palmeira da região amazônica. As cores e os grafismos dos artesanatos são feitos com tintas obtidas em frutas como jenipapo e urucum. Além de chamar a atenção pela beleza, o artesanato de Tereza Arapium é também sustentável, uma vez que não utiliza nenhum produto químico e respeita os ciclos naturais.

No entanto, por trás da arte de Tereza e dos demais artesãos indígenas, há uma sabedoria ancestral que tem mais de 200 anos e é responsável por divulgar as bandeiras de luta do povo indígena. Segundo Tereza Arapium, não se trata apenas de vender o artesanato de seu povo, mas sim de tornar mais conhecida a cultura das mulheres indígenas e trazer visibilidade para uma realidade muitas vezes invisibilizada. Além disso, o artesanato é uma forma de falar sobre a devastação ambiental e os impactos que ela causa na cultura indígena.

Marize Guarani, coordenadora do evento e presidente da Associação Indígena Aldeia Maracanã, ressalta que a feira não tem como objetivo apenas o comércio e apresentações culturais, mas também possui uma função pedagógica. A ideia é descontruir estereótipos e mobilizar pessoas de outras etnias para a causa indígena. Segundo Marize, é fundamental que as pessoas entendam que os povos indígenas merecem respeito e possuem seus saberes e culturas, contribuindo para a humanidade e o planeta.

Durante a feira, também ocorreram cânticos e danças tradicionais, narração de histórias, pintura corporal do público, rodas de conversa e debates. O cacique Arassari Pataxó, líder indígena da Aldeia Tatuí Pataxó, no sul da Bahia, reforçou a importância do diálogo com a população dos espaços urbanos e a troca de conhecimentos para o engajamento das pessoas com as causas indígenas.

A feira foi um sucesso e proporcionou uma experiência única de contato com a cultura indígena brasileira. Além de adquirir peças artesanais, os visitantes puderam aprender mais sobre a história e a luta dos povos indígenas. O evento serviu como uma oportunidade de valorizar e preservar a diversidade cultural do país e conscientizar sobre a importância de respeitar e proteger os povos indígenas.

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