O arcebispo de Maceió, Dom Beto Breis, afirmou que o recém-eleito Papa Leão XIV deverá seguir o legado pastoral de seu antecessor, Papa Francisco, e destacou a trajetória marcante do novo pontífice na América Latina. Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi escolhido como novo líder da Igreja Católica nesta quinta-feira (8), após o encerramento do conclave no Vaticano.
Segundo Dom Beto, o primeiro discurso de Leão XIV já revelou traços de sensibilidade e conexão com o continente latino-americano. “Ele fez questão de falar em espanhol, dirigindo-se com carinho à diocese onde atuou no Peru. Percebi até uma certa emoção quando ele disse que aprendeu a ser pastor ali”, afirmou o arcebispo. Ele lembrou que, embora Prevost tenha ocupado cargos burocráticos nos últimos anos, sua experiência pastoral no Peru será um diferencial positivo para a Igreja.
Dom Beto também comentou a proximidade entre o novo papa e Francisco. “Ele era muito próximo a Francisco. A função que lhe foi atribuída anteriormente demonstra o carinho e a admiração do Papa emérito por ele. Cada papa tem seu estilo, mas acredito que veremos uma continuidade, não uma ruptura.”
Sobre a escolha do nome papal, o arcebispo fez uma referência histórica ao Papa Leão XIII, pontífice responsável por lançar as bases da doutrina social da Igreja no final do século XIX. “O Papa Leão XIII se preocupava com as ideologias que se afastavam do Evangelho, como o comunismo e o capitalismo. A escolha do nome pode indicar o desejo de retomar essa sensibilidade social, essencial à evangelização”, explicou Dom Beto.
Ele concluiu destacando o simbolismo da escolha. “Papa Francisco dizia que Deus não se cansa de nos surpreender. Leão XIV é um norte-americano com uma história bonita, marcada pelo trabalho em terras desafiadoras do Peru, tanto como frade agostiniano quanto como bispo. Isso vai trazer muita alegria e renovação à Igreja.”