O câncer de pele é um dos tipos mais comuns de câncer no mundo, e com o aumento das taxas de incidência, a necessidade de dispositivos de detecção precoces se tornou cada vez mais urgente. Por isso, a Food and Drug Administration (FDA), agência regulatória americana, aprovou o primeiro dispositivo portátil para detecção de câncer de pele. Esse avanço tecnológico ajudará os médicos a identificar os três principais tipos de câncer de pele: melanoma, carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular.
No entanto, é importante ressaltar que o dispositivo deve ser utilizado apenas para lesões que já foram identificadas como suspeitas, apresentando sinais de câncer de pele, e não para diagnóstico. O aparelho utiliza luz combinada com um algoritmo alimentado por inteligência artificial para identificar lesões que podem ter câncer de pele. Quando colocado em contato com a pele, o dispositivo emite luz e captura os comprimentos de onda da luz refletida nas estruturas celulares abaixo da superfície da pele. Posteriormente, utiliza um algoritmo para analisar a luz refletida e detectar a presença de câncer de pele. Os resultados sairão em forma de “investigar mais” ou “monitorar”.
Cody Simmons, co-fundador e CEO da DermaSensor, empresa que recebeu o aval da FDA para comercializar o dispositivo, comentou sobre a importância desse avanço na medicina. Ele afirmou que “equipar os médicos mais abundantes no país, para avaliar melhor o câncer mais comum no país tem sido uma necessidade importante e de longa data não satisfeita na medicina”.
É crucial ressaltar que a FDA está exigindo que a empresa conduza outros testes adicionais de “desempenho de validação clínica pós-comercialização” em outros grupos demográficos e disse que o aparelho deve ser usado em pacientes acima dos 40 anos de idade. A FDA autorizou o dispositivo depois que um estudo mostrou que ele tinha uma taxa de sensibilidade de 96% ao detectar 224 tipos de câncer de pele e um resultado negativo tinha 97% de chance de ser benigno, de acordo com a empresa.
O câncer de pele é o mais frequente no Brasil e corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Os sintomas do câncer de pele costumam se manifestar na forma de manchas ou feridas que não cicatrizam em até quatro semanas e apresentam coceiras ou sangramentos; pintas pretas ou castanhas que mudam de cor, textura e tornam-se irregulares e crescem de tamanho; lesões de aparência elevada com crosta central e sangramento constante.
Os fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de pele incluem pele e olhos claros, exposição intensa e intermitente ao sol, bronzeamento artificial, histórico familiar e doenças cutâneas prévias. Com o aumento da incidência desse tipo de câncer, o desenvolvimento de dispositivos como o recentemente aprovado pela FDA é uma ferramenta crucial para a detecção precoce e tratamento eficaz.