FBI teria instruído agentes a destacar referências a Trump em arquivos do caso Epstein, revela senador americano Dick Durbin.

Uma polêmica recente envolvendo o FBI e o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, ganhou destaque após declarações do senador Dick Durbin. Em uma carta dirigida à procuradora-geral Pam Bondi, Durbin alegou que funcionários da agência foram instruídos a identificar e sinalizar menções a Trump durante a revisão de arquivos ligados ao caso Epstein. Este caso, que está entre os mais controversos da política americana, envolve o falecido Jeffrey Epstein, conhecido por seu envolvimento em tráfico humano e abuso de menores.

Segundo Durbin, cerca de mil agentes do FBI foram destacados para trabalhar em turnos de 24 horas em março, com a responsabilidade de analisar rapidamente aproximadamente 100 mil registros relacionados a Epstein. De acordo com o senador, essa pressão levou a uma participação de pessoal não treinado, o que levantou preocupações sobre a eficácia e a integridade do processo. Apesar do intenso esforço, o Departamento de Justiça dos EUA passou mais de três meses para concluir que não havia uma “lista de clientes” que comprometesse pessoas ligadas ao caso.

Durbin criticou a falta de transparência do DOJ, ressaltando que um memorando divulgado em julho não mencionou um denunciante essencial ou os documentos prometidos. Ele também questionou a veracidade das declarações anteriores sobre o caso, afirmando que a confiança do público poderia ter sido comprometida, especialmente após o surgimento de imagens de vigilância aparentemente manipuladas. O senador exigiu respostas sobre essas questões até 1º de agosto, incluindo detalhes sobre a sinalização das menções a Trump.

O caso Epstein é um dos mais polêmicos da política americana atual. Desde a morte do empresário em uma prisão de Nova York, em 2019, diversas teorias da conspiração surgiram, especulando que ele poderia ter sido assassinado para proteger indivíduos influentes com os quais mantinha laços, incluindo Trump, Bill Clinton e o príncipe Andrew. Essas especulações, alimentadas por figuras da ala trumpista, levaram a pedidos para que a tão falada “lista de Epstein” fosse divulgada, embora as autoridades tenham reiterado que tal documento não existe.

As declarações de Durbin, assim como os desdobramentos do caso Epstein, continuam a alimentar debates sobre a ética e a transparência nas investigações de figuras proeminentes e na administração da justiça nos Estados Unidos. A falta de clareza em relação a documentos e indícios relacionados ao caso levanta mais perguntas do que respostas, perpetuando um ambiente de desconfiança entre o público e as instituições governamentais.

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