Os proprietários de uma fazenda em Corumbá (MS) foram punidos com uma multa milionária de R$ 100 milhões por serem responsáveis pela origem de um incêndio que arrasou aproximadamente 333 mil hectares de vegetação nativa do Pantanal. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foi o órgão responsável por aplicar essa penalidade.
O estrago causado pelo fogo se estendeu por outros 135 imóveis rurais na região, tornando-se a maior área devastada por um único incêndio no Pantanal este ano. Segundo fiscais do Ibama, o incêndio teve início em junho em uma região de vegetação nativa, e devido às condições climáticas adversas, se propagou, levando 110 dias para ser controlado. Para garantir a regeneração do local, todo o terreno queimado foi embargado pelo Ibama.
Após uma investigação que durou 20 dias, os responsáveis pela propriedade foram identificados e autuados por danificar a vegetação nativa do Pantanal usando fogo sem a devida autorização do órgão ambiental competente. O Ibama ressaltou que o incêndio causou sérios danos ambientais à vegetação característica do bioma e impactou diretamente a fauna silvestre, aumentando a mortalidade de animais e diminuindo os recursos alimentares, o que dificulta a sobrevivência da vida no local.
Além disso, a fumaça decorrente desse incêndio contribuiu para a deterioração da qualidade do ar em diversas cidades brasileiras, liberando poluentes como material particulado, gases tóxicos e compostos orgânicos voláteis. O Pantanal, que já perdeu mais de 2 milhões de hectares de vegetação neste ano, é ainda mais suscetível a incêndios devido às altas temperaturas e baixa umidade. Desde o início do ano, foram queimados mais de 2 milhões de hectares em todo o bioma, que engloba os estados do Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.
Embora os incêndios sejam esperados no Pantanal entre julho e agosto, as mudanças climáticas, as secas severas e a ação humana têm antecipado a temporada de queimadas neste ano, com focos surgindo já em junho. A situação é alarmante e demanda ações urgentes para proteger esse importante ecossistema brasileiro.