Durante o ato, os manifestantes expressaram sua frustração e preocupação com a falta de suporte real do Estado em relação à saúde das crianças, as quais enfrentam inúmeras dificuldades devido às consequências da infecção pelo zika vírus. A presidente da Associação das Famílias de Anjos do Estado de Alagoas (Afaeal), Alessandra Hora dos Santos, simbolizou a luta das famílias ao exigir uma melhor estrutura de atendimento médico e de diagnóstico para os pequenos em Alagoas, enfatizando que muitos deles padecem sem o devido cuidado e assistência.
Um dos principais pontos abordados no protesto foi a necessidade de que o Congresso Nacional avance com a análise do projeto de lei 6064/2023, de autoria da senadora Mara Gabrili (PSD-SP). Este projeto prevê o pagamento de indenizações e pensões vitalícias para pessoas com deficiência resultante do zika, buscando assegurar direitos básicos para essa população vulnerável. Embora a proposta tenha sido aprovada na Câmara dos Deputados e siga para reavaliação após modificações no Senado, as famílias clamam por uma definição ágil para que as garantias financeiras e de assistência se tornem uma realidade.
A manifestação foi marcada não apenas pela presença de familiares, mas também por crianças com microcefalia, que foram levadas ao ato como uma forma de evidenciar a luta pessoal de cada uma das famílias. Os organizadores destacam a urgência de um sistema de saúde que trate dignamente as vítimas dessa condição, frente a dados desatualizados sobre a microcefalia no estado, o que impossibilita o acesso a políticas públicas efetivas.
Através de depoimentos impactantes, as famílias trouxeram à tona questões profundamente humanas, como a dor da perda de crianças devido à falta de atendimento adequado e a luta constante por reconhecimento e políticas públicas que garantam não apenas a sobrevivência, mas também a qualidade de vida dos afetados. O anseio por apoio coletivo da sociedade se tornou um grito por justiça e dignidade, enfatizando a necessidade urgente de atenção às demandas dessas famílias que vivem à margem do suporte governamental eficaz.