A receptividade da família em relação à doação teve um fundo emocional profundo. Márcia salientou que o irmão sempre demonstrou um bom coração e um desejo genuíno de ajudar os outros. Diante da situação delicada, com a constatação de morte encefálica, os familiares optaram pela doação, convencidos de que essa era a vontade do homem, caso ele pudesse se manifestar.
Para Tacila de Melo, filha do doador, a decisão trouxe conforto em tempos de dor. Ela afirmou que saber que seu pai ainda poderia ajudar outras pessoas após sua morte lhe dava esperança, revelando que essa contribuição impactaria positivamente na qualidade de vida de outros. “Essas pessoas vão ter uma qualidade de vida melhor, mais esperança, e nós temos o conforto de saber que ele está cumprindo o desejo de ajudar alguém”, disse Tacila.
O procedimento de captação dos órgãos ocorreu no Hospital Geral do Estado, em Maceió, com o apoio da Central de Transplantes de Alagoas e da Organização de Procura de Órgãos. Este mês, as ações de conscientização em relação à doação estão sendo reforçadas em razão da campanha Setembro Verde, que visa promover a doação de órgãos.
De acordo com a Central de Transplantes, atualmente há 594 pessoas aguardando por transplantes, sendo a maioria por córnea. O estado de Alagoas está implementando o Programa Alagoas Transplanta, que melhora o suporte para a realização de transplantes de órgão, como coração, fígado e rim.
A doação de órgãos é um tema de extrema relevância, e essa história serve de exemplo sobre como a solidariedade em momentos de dor pode transformar vidas e trazer esperança a quem precisa.